...Corri
os olhos pelo grande casarão no centro de Belo Horizonte. Arquitetura
tradicional, bem conservada, o jardim florido, os altos murros que o cerca.
Paredes claras, pouca luz se adentrava pelas frestas das janelas de madeira. As
cristaleiras me chamaram a atenção. A prataria centenária, os cristais de
Murano. Belíssimas peças. O piano de calda no canto da sala, com dezenas de porta
retratos exibindo várias gerações.
Subi
devagar as escadas, encantada com a decoração da sala. As poltronas colocadas
em círculo e visualizei as crianças brincando de pique esconde pela casa,
enquanto os adultos contavam suas divertidas estórias. Parece que nem faz tanto
tempo assim.
Logo
à direita, o quarto de Cora. Abri a porta devagar. E lá estava ela, sentada, o
olhar triste e distante. Senti como se uma flecha rasgasse seu coração. Tentei dizer
que não estava só. Impossível! Não podia me ver.
De
frente para o espelho, Cora se paralisava pensativa. Como o tempo passa rápido,
principalmente quando se chega aos sessenta...
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